Você comeria carne de cachorro?

 Huuuuuum que delicia! Bom, por mais bizarro que possa parecer essa pergunta, este fato é muito comum em alguns países do mundo. Na ásia este prato é uma verdadeira iguaria, e olha que se paga muito cara para consumir uma genuína carne de cachorro nos dias atuais.
Quando sediou os Jogos Olímpicos de 1988, a Coréia do Sul fez de tudo para coibir ou no mínimo esconder o hábito nacional de degustar pratos à base de carne de cachorro. Na época, o governo chegou a fechar milhares de restaurantes que serviam a iguaria, também popular na China e no Vietnã. Agora, com o país mais seguro de si, o festim de lulus virou questão de honra e os sul-coreanos foi o que mostraram durante a Copa do Mundo, que co-sediaram com o Japão, com uma nova atitude: comem, sim, carne canina, e ninguém tem nada com isso. "Consumir carne de cachorro é questão de orgulho nacional", diz um comunicado assinado por 166 líderes de diversos setores da sociedade sul-coreana. "Nossa cultura alimentar tem milhares de anos. Chamar-nos de bárbaros por causa dela é o mesmo que criticar essa cultura milenar."
Existem o costume de matar o matar o animal por enforcamento ou espancamento, tidos como ideais para obter carne mais macia e suculenta. Consagrados ao longo de séculos, os dois métodos foram proibidos por lei. Agora, o abate de cães é feito com choque elétrico.
Um dos aspectos mais interessantes da utilização de conceitos de relativismo cultural, a base do pensamento politicamente correto nos países ocidentais, para defender a comilança. "No código cultural ocidental, cães são quase seres humanos. Na cultura confucionista, em que a hierarquia é valorizada, seres humanos e cachorros não são jamais considerados iguais", explica um editorial do jornal JoongAng Ilbo, intitulado "Nem todo cachorro pode ser comido" – alusão ao insistente argumento sul-coreano de que a carne canina consumida no país não vem de poodles fofinhos nem de adoráveis labradores, mas sim de animais criados para a panela. São pequenos e amarelados, de corpo comprido e pernas curtas, e costumam ser vendidos em mercados, onde chegam amontoados em gaiolas. Atribui-se à sua carne, de gosto e cheiro fortes e apreciada principalmente pelos homens, poderes afrodisíacos e terapêuticos – ensopado de cachorro é uma espécie de canja de galinha dos doentes sul-coreanos. Seu único senão: é cara. Só uma minoria tem dinheiro para freqüentar os restaurantes especializados.

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